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Dependência emocional

O dependente emocional é também chamado de codependente. É aquela pessoa que deixa constantemente o comportamento de alguém outro afetá-la e é excessivamente preocupada com ela. São pessoas geralmente generosas, carinhosas, que se doam e estão sempre dispostas a ajudar e a “salvar” alguém.  O bem estar dos outros costuma ficar acima do próprio bem estar.  Os codependentes podem ser chamados de controladores ou manipuladores pelos demais porque às vezes insistem que o outro mude, achando que determinado comportamento não está lhes fazendo bem.  O seu “controle” é no sentido de procurar fazer com que as pessoas em volta fiquem felizes e fazem de tudo para que isso aconteça, esquecendo-se do que elas mesmas querem. E se não conseguem fazer o outro feliz, podem ainda se sentir culpadas por isso.

A grande dificuldade dos codependentes é que eles não conseguem saber o limite neste cuidado e preocupação com o outro e então negligenciam a si próprios, muitas vezes sem tomar consciência disso.  Se focam tanto em agradar o outro que se esquecem de si mesmos gerando uma grande insatisfação interna. Acabam se ressentindo e muitas vezes esperando dos outros o mesmo cuidado e preocupação. Esperam que eles adivinhem ou perguntem o que ele quer, o que não acontece. Estão eternamente insatisfeitas porque se doam demais e nunca tem as próprias necessidades satisfeitas, entrando muitas vezes, no papel de vítimas.

 Algumas características dos codependentes são:

  • Dificuldade em dizer “não” e em estabelecer limites;
  • Medo de não ser aceito ou de magoar o outro;
  • Medo de parecer mau ou egoísta;
  • Achar que é sua responsabilidade fazer a relação dar certo;
  • Dificuldade em pedir ajuda;
  • Sente-se responsável em ajudar e cuidar dos outros;
  • Muitas vezes se une à pessoas com algum tipo de vício, dificuldade emocional, psiquiátrica ou física e se sente responsável em cuidar dela;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldade em identificar seus próprios sentimentos e desejos;
  • Dificuldade em desfrutar de um tempo sozinho, fazendo algo que goste.
  • Necessidade em dar palpites e conselhos;

O codependente normalmente tem dificuldade em fazer escolhas saudáveis e mutuamente satisfatórias para as relações interpessoais.  Assim tende a entrar em relacionamentos unilaterais ou abusivos, tanto para amizades como para parceiros amorosos.      É presa fácil para as pessoas narcisistas, egoístas, egocêntricas. Costumam se doar e se sacrificar, sentindo um intenso desgaste emocional, já que não recebem em troca na mesma proporção. No entanto tem muito medo de ficar sozinhos, caso saiam desta relação.

Quebrar este padrão disfuncional da codependência não é fácil, já que costuma estar muito enraizado, muitas vezes tendo sido desenvolvido desde a infância. Em primeiro lugar é preciso  identificar suas necessidades e sentimentos, dar valor a eles e conseguir comunicá-los para os que o cercam.  Conseguir dizer “não” diante de um comportamento não aceitável ou quando não quer fazer algo. Começar a priorizar e a cuidar de si mesmo. Ajudar o outro somente quando ele realmente quer ou pediu por esta ajuda e sem se sacrificar com isso. Tirar de si a responsabilidade de mudar o outro ou de fazê-lo feliz. Não buscar a felicidade fora, mas saber que só posso mudar a mim mesmo e sou o único responsável pela minha própria felicidade!

Liberdade de ser

A liberdade é conquistada e descoberta quando mergulhamos em nossa própria essência. Quando descobrimos quem somos e quem queremos nos tornar. Quando conseguimos olhar além dos limites impostos através do olhar do outro. Quando conseguimos nos desvencilhar de nossos traumas, crenças limitantes e amarras emocionais que nos prendem.   Aí sim, nos tornamos livres para ser nós mesmos! 

Consultorio de Psicologia - Anne Betina